GINCANA DO COLÉGIO GARRASTAZU MÉDICI

Projeto Salvador: minha cidade eu conheço…

 

Síntese da experiência

 

O Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici funciona dentro dos padrões de uma escola particular. Os professores têm um pacto de não atrasar, principalmente nos primeiros horários, para que possam exigir a presença dos alunos no horário determinado. As articuladoras de área participam de todas as reuniões de coordenação mantendo uma pauta movimentada, onde são discutidas as abordagens de ensino, o aproveitamento e comportamento dos alunos, os projetos desenvolvidos na escola, dentre outros assuntos. Todo ano letivo temos uma unidade em que desenvolvemos um projeto interdisciplinar, normalmente no terceiro bimestre. Começa a ser elaborado a partir do encerramento, após a avaliação do projeto anterior, tem a sua culminância na semana pedagógica, quando é escolhido o tema e organizada as etapas, e, finalmente é apresentado aos alunos para que tomem conhecimento e participem com suas opiniões. Deste modo, o projeto “Salvador: minha cidade eu conheço…” foi conduzido e seu resultado surpreendeu e está aqui representado pelo grupo que conseguiu obter o maior número de pontos do turno matutino.

 

O projeto pedagógico: “ Salvador: minha cidade eu conheço…” , desenvolveu-se nos moldes de uma gincana, por opção dos alunos. Inicialmente, após a escolha do tema: Salvador: minha cidade eu conheço…, foram escolhidos os subtemas: Esporte em Salvador; Saúde Pública na cidade de Salvador; Turismo e sua face obscura; Salvador e sua religiosidade; Artistas baianos e suas linguagens; Projetos sociais – Solidariedade soteropolitana; Os jovens e a educação em Salvador; Salvador, sua evolução e suas principais características urbanas (trânsito, PDDU, metrô); Consciência e Desenvolvimento Político na cidade de Salvador; O Mundo do Trabalho: trabalho formal e informal; Localização e Recursos Naturais de Salvador; Qualidade de vida: família – luta e respeito aos direitos humanos e lazer; Diversidade étnica e cultural da cidade de Salvador.

 

A experiência pedagógica que considero inovadora, com resultado surpreendente, está associada à equipe que trabalhou com o subtema: Diversidade étnica e cultural da cidade de Salvador, na qual fui sorteada para orientar. Cada equipe foi formada a partir de inscrições dos alunos de acordo com a escolha do tema. O inusitado foi o critério de misturar as séries do ensino fundamental com o ensino médio e profissionalizante. Existia um número mínimo estipulado para cada série de modo que cada equipe contasse com alunos de todas as séries do fundamental, médio e profissionalizante. Inicialmente houve muitas queixas e a tendência natural de buscar trabalhar com os pares. Porém, como a condição para que o projeto fosse uma gincana seria a mistura das séries, os alunos concordaram com a proposta. Os professores orientadores, como eu, observaram certa discriminação entre alunos mais velhos com os mais jovens, nas primeiras reuniões. Posteriormente, os alunos mais velhos foram descobrindo os valores dos alunos menores que se mostraram receptivos, colaboradores e disciplinados como nenhum professor havia conseguido antes. Observamos que os alunos do ensino médio que normalmente apresentavam um comportamento difícil, diante dos colegas do fundamental, mudaram suas atitudes. Este foi um dos motivos para que os resultados fossem satisfatórios. Este projeto faria jus ao título: Projeto integrador, em diversos aspectos. Outro fato interessante foi à escolha do professor orientador, o sorteio fez com que professores de uma disciplina trabalhasse com temas bem diferentes da sua disciplina. Eu sou professora de Biologia e Ciências, dei sugestões para subtemas ligados a saúde e saneamento básico, seria muito cômodo acompanhar uma equipe com esse subtema. No entanto, tive que trabalhar com um tema mais voltado para as Ciências Humanas. A comissão organizadora foi formada com os professores articuladores de área, coordenadores, vice-diretoras e o diretor da unidade de ensino.

 

O projeto teve início com a primeira reunião das equipes dia 24 de Julho de 2009 e finalizou com as apresentações e realizações das outras tarefas nos dias 08, 09, 10 e 11 de Setembro de 2009, considerando o seu desenvolvimento, pois a preparação e organização foram trabalhadas após o término do projeto anterior em 2008.

 

A participação dos alunos, sua freqüência e desempenho ficariam a cargo dos líderes das equipes e professores orientadores. Logo na primeira reunião foi eleito um líder e um vice-líder. Os líderes teriam que incentivar sua equipe, participar de reuniões com a comissão organizadora, bem como representar nos questionamentos e sugestões de cada equipe. Portanto, todo contato da equipe com a comissão organizadora foi feito através dos líderes.

 

A identificação das equipes ficaria a critério de cada grupo. Poderia ser camisas ou outra identificação escolhida, desde que fosse informado ao grupo. Cada líder das equipes usou um crachá fornecido pela comissão organizadora, bem como os professores que compunham a mesa julgadora.

 

As avaliações ocorreram em três etapas:

 

  1. Trabalho de pesquisa: Cada equipe fez uma pesquisa escrita relacionada com seu tema e entregou até o dia 21 de agosto de 2009, com uma formatação unificada, oferecida pela comissão, seguindo um esboço das normas da ABNT. A Equipe Mosaico entregou o trabalho de pesquisa dentro do prazo, de acordo com as orientações solicitadas e com conteúdo fiel ao referido tema.
  2. Apresentação do trabalho: as equipes se apresentaram, de acordo com a ordem oferecida pela comissão, nos dias 08 e 09 de setembro de 2009. Deveria tratar do conteúdo, ser criativa, motivadora e essencialmente ligada ao seu subtema. A Equipe Mosaico apresentou uma coreografia que reunia passos, vestimenta e música dos povos indígenas, europeus e negros, que inicialmente povoaram Salvador e terminou a apresentação com todos os outros componentes vestidos com roupas juninas e abadás de blocos carnavalescos, representando a miscigenação e a cultura da nossa terra. A criatividade esteve por conta da forma como o restante da turma entrou em cena, rompendo um cenário de papel metro todo pintado com várias mãos de todas as cores (Ver fotos. Anexo 3).
  3. Cumprimento das tarefas propostas: Cada equipe recebeu algumas tarefas com antecedência e outras foram divulgadas na hora do evento.

 

As tarefas foram elaboradas, com ajuda de todos os professores, na ocasião das reuniões de Atividade de Coordenação. Todas atendiam as expectativas interdisciplinares de caráter sócio-culturais, recreativas, históricas e esportivas.

    • Tarefas pré-determinadas:

1.    Grito de guerra;

2.    Feirão do quilo;

3.    Tributo a Michael;

4.    Maquete;

5.    “Toca Raul”

6.    “Espaço Cravo”

7.    Domínio do subtema;

8.    Cabo misto de guerra;

9.    Aluno exemplo;

10. Salada de ritmos;

11. enigma;

12. Miss e Mister.

 

    • Tarefa imediata:

1.    Competição: corrida e enchimento de bolas de soprar.

 

A riqueza de atividades envolvendo a capacidade do aluno: criar estratégias, de comprovar, de justificar, de argumentar, de analisar com espírito crítico, de raciocinar, de ser criativo, de trabalhar coletivamente fez dessa experiência pedagógica um misto de comprometimento por parte de alunos e professores que, visivelmente satisfeitos, se empenharam para garantir os bons resultados. A seriedade sempre presente em todas as reuniões dos grupos, nas datas que anteciparam a apresentação, serviu como parâmetro para que fosse previsto o bom nível do resultado, destituindo assim quaisquer dúvidas daqueles professores que, normalmente, optam pela avaliação exclusivamente quantitativa. Na ótica dos alunos, a avaliação da gincana deixou um saldo positivo em relação ao prazer de freqüentar a escola, de ter uma avaliação prazerosa e, sobretudo, com relação à integração entre os alunos do curso fundamental com os do curso médio.

Finalizo com a certeza de que nossa experiência garantiu a freqüência dos nossos alunos, uniu toda escola a partir das novas amizades que surgiram e principalmente, não passamos pelo dissabor de ter que reunir turmas por causa da evasão, fato que está ocorrendo em diversas escolas da nossa cidade.

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